lendas


Em 1165 Moura era uma cidade chamada Al-Manijah, capital de província. Governava então nessa importante cidade uma formosa moura, de nome Salúquia, filha de Abu-Assan, que se apaixonou pelo alcaide de Arouche, de seu nome Bráfama. Chegada a véspera do dia das núpcias, grande alegria reinava no castelo de Al-Manijah. Salúquia esperava ansiosamente, no alto da torre, ver surgir o seu noivo, entre os densos olivais. Entre tanto Bráfama acompanhado de brilhante comitiva, cheio de contentamento e desprovido de armas, pois ia para um festim e não para a guerra, deixava Arouche e tomava caminho da terra da sua amada, que estava localizada a 10 léguas de distância. Todo o Alentejo, ao norte e a oeste de moura já tinha sido conquistado pelos cristãos.
El-rei D. Afonso Enriques, encarregou D. Álvaro Rodrigues e D. Pedro Rodrigues, dois irmãos fidalgos muito valentes e ilustres, de conquistarem Al-Manijah, uma das mais importantes cidades muçulmanas, além do Guadiana.
Estes dois fidalgos, sabedores do que se passava no castelo, foram esconder-se com o seu exército num olival (chamado hoje Bráfama de Arouche) e aí esperaram o desventurado alcaide e a sua comitiva para, traiçoeiramente, matarem os infelizes árabes. Já mortos, os cristãos despiram-se e vestiram-se com os seus trajes.

Disfarçados de muçulmanos e simulando alegres canções mouriscas, dirigiram-se de que nada suspeitava.
Salúquia, ao vê-los, mandou baixar a ponte levadiça, julgando que seu noivo se aproximava e depressa percebeu que tinha sido traída: os invasores ao transporem os muros, baixaram as máscaras de árabes honrados e começaram a ferir, sem dó, a desprevenida guarnição de Al-Manijah

Lenda da Moura Salúquia

Trata-se de uma lenda, que nos remete para a época conturbada da reconquista cristã, numa altura em que Salúquia era alcaidessa de Moura, filha de Abu-Assan. Salúquia estava prometida a Brafma, príncipe da vizinha Cidade de Aroche. Chegada a véspera do dia do casamento, Salúquia aguardava ansiosa a chegada do noivo e da sua comitiva, mirando a paisagem em redor do alto de uma das torres do seu castelo.
Entretanto, com igual ansiedade Brafma pôs-se a caminho de Moura acompanhado por uma pequena escolta, desconhecendo os planos dos cristãos que ao saber do casamento logo pensaram em interceptar Brafma . D. Álvaro Rodrigues e D. Pedro Rodrigues encabeçavam o grupo de cristãos que organizaram uma emboscada aos muçulmanos. Depois de travada a batalha e de todos estes estarem mortos, os cristãos vestiram-se com os seus trajes e dirigiram-se a Moura.
Salúquia, ao vê-los, julgou tratar-se do noivo e restantes muçulmanos e baixou a ponte levadiça que dava acesso ao castelo, dando início a uma chacina que só terminou com a dominação cristã. Salúquia, ao aperceber-se do famigerado destino, tomou as chaves do castelo e precipitou-se da torre que ainda guarda o seu nome. A partir de então, diz a Lenda que a esta Cidade (então Maura) passou a chamar-se Moura em homenagem á corajosa muçulmana, e que os reconquista dores Rodrigues tomaram este apelido também.